você

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Janaina


Já não sei mais o que lhe escrever, mas escrevo mesmo assim. E escrevo porque não sei de que outro modo meus sentimentos poderiam tocá-lA mais precisa e intensamente. E escrevo também por mim mesmo: essa é a forma mais natural e simples que a minha natureza conhece, de desdobrar-se e alcançar quem eu amo. Então espero que alcancemos você. Espero que as minhas palavras lhe garantam o mesmo sorriso que as suas me garantiram alguns meses atrás. E espero que você as guarde para quando minha falta for sentida, e eu não estiver perto o suficiente para abraçá-lo. Que as minhas palavras te abracem.
Sinto, na verdade, como se eu estivesse oferecendo a cada linha escrita um poder que sequer possuo: essa minha vontade constante de acompanhar você quando não posso. Vontade de estar próximo quando a vida não permite, quando o cotidiano nos sufoca e quando eu sei que sua presença, por si só, me valeria o dia. Eu preciso lutar frequentemente com meus impulsos, para não correr ao seu encontro e lhe pedir que me salve. Eu preciso lutar para não salvar você. Preciso guardar meus conselhos e às vezes fingir que não suspeito das suas loucuras. Mesmo que delas eu tenha tanta certeza a ponto de quase imaginá-las com exatidão. Eu preciso deixar que suas loucuras sejam cometidas, e esperar que você as revele. Preciso me acostumar com suas expressões de surpresa pelo fato de não me surpreender. E preciso, de uma maneira ainda não surpreendente, lhe entregar uma das versões mais abertas do meu sorriso, para que você entenda: estarei sempre contigo.
E nós dois sabemos que é preciso ser assim.
Nós dois sabemos que há em mim uma necessidade inerente e inevitável dessa parceria.
Os meu aceleradores precisam dos seus freios, e, de repente, você trava essa minha sede, essa minha pressa, e eu sigo derrapando até finalmente parar... assim como eu sinto a responsabilidade enorme de precisar proteger seus passos e afastá-los dos caminhos que me parecem errados. Mais que isso: eu preciso caminhar com você. Eu jamais saberia bifurcar rumos que, do meu ponto de vista, se complementam. E até os seus erros eu desejo enxergar. Então não me esconda, não omita, não traduza, não altere. Eu aceito as suas verdades cruas, e elas não me ferem. Estenda sua mão para que eu te puxe e você não se afogue. Disque meus números, chame meu nome e permita que eu vá. Eu que quero ir ao seu lado. Eu que quero ouvir seus detalhes mais bobos ou mais graves, dos mais sórdidos aos mais inocentes. E sem te culpar, eu quero guardar todos eles. Os meus discursos politicamente corretos não existem sem os seus desvios. Então desvie. Mas, por favor, não se perca.
As minhas inseguranças precisam da sua coragem, e de repente, você alavanca meus planos, minhas vontades de sábado à noite, e eu sigo um pouco mais firme até finalmente impulsionar... porque mesmo sem perceber, você sente a responsabilidade enorme de precisar fortalecer meus passos e afastá-los dos caminhos que lhe parecem errados. Mais que isso: você precisa caminhar comigo. E, acredite: nós caminhamos juntos. Eu te enxergo no verso de mim mesmo. Te enxergo inclusive se me exponho do avesso, e me vejo somente em olhar para você.
Nós dois temos essas pequenas insanidades que poucas pessoas entendem. Nós nos deixamos afastar, mas de certa forma continuamos ligados. Nós atamos nossos medos e ambições, e fazemos uma daquelas cordas de nós – que nos serviria de fuga pela janela desse mundo óbvio que tanto incomoda.
Eu vejo em você toda a segurança aparente que sempre desejei ter para demonstrar. Mas é tão lindo quando te ouço dizer: estou com medo. Porque ouvir isso significa ter acesso à sua face mais pura, mais indefesa, mais vulnerável e mais sincera. Ela é a minha parte preferida de você. É a parte que eu enxergo como a mim mesmo, naquela garotinha tememosa de 15 anos de idade, que no fundo sempre foi muito mais ousada do que nós imaginamos. Afinal, por mais difícil, entediante ou assustador que fosse, aquele anjinho ou
aquela temosa. E eu sinto pena de todas as pessoas que já te olharam sem te ver. Sinto pena de todos que duvidaram, minimizaram, riram ou ignoraram a criatura especial que você sempre foi. Então lembre-se de como chegamos até aqui, e por si mesma, cuide bem daquele garotinho enquanto ele se esconde onde já não procuramos. E jamais a esqueça.
Do mesmo modo que jamais esquecerei que amo você, Janaina oliveira. Te amo como a poucas pessoas em minha vida, bem de verdade, bem lá no fundo, bem aqui dentro. E quero que sejamos para sempre, mesmo quando de nós dois restarem somente as lembranças. Elas são todas lindas e guardam algumas das minhas cenas mais preciosas: eu sou mais inteiro e sincero quando estou com você. E te agradeço por isso. Te agradeço por acompanhar, ampliar, destravar e justificar os meus risos. Te agradeço por sustentar firmemente os meus choros, e por me oferecer a liberdade de chorar com todas as forças, quando o restante do mundo me diz: “não chore”. Obrigado pelas nossas conversas de portas trancadas, e obrigada pelas certezas que nós já pudemos gritar a peito aberto, aos quatro ventos. Obrigado pelo que silenciamos entre dois olhares duas janelas de MSN cúmplices. Obrigada por me olhar como quase ninguém me olha, e por não desistir de mim, quando minha própria existência é um cansaço. Obrigado por me emprestar sua voz ao telefone e trazer-me à tona novamente, dizendo: “vá”. Em todas aquelas vezes, eu não teria conseguido ir. Então obrigada porque você mandou e eu fui. Obrigada, enfim, por existir. Que a sorte abençoe cada 24 de julho, e que nos abençoe também.
Desejo de todo o meu coração que você seja muito, muitíssimo feliz. E se o destino e as escolhas nos permitirem, que eu esteja por perto. Para reclamar do seu juízo ausente, para amar os seus amores e te fazer apaixonar-se pelos meus. Para segurar no seu braço, prender sua mão e aguentar o excesso quando a vida se tornar pesada demais. Para que voltemos insones, barulhentos e alterados depois de uma madrugada de festa. E para envelhecer sob o sol, com um dominó , mas contigo ao lado. A verdade é mesmo essa: por você, faria isso mil vezes.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

E desçe?


(…) Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade em ser permanente…
Recordei de amigos e parentes distantes, aqueles que eu sempre deixo pra depois porque moram muito longe ou acabaram se tornando pessoas muito diferentes de mim, sempre penso “mês que vem faço contato com eles”. E se não tiver mês que vem?…”

Eu e você...


Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. 
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. 
…Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu….
….Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo. 
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza….
….sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.”

Alguém com migo .


Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido.
Permita-se. Se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas reuniões e palavras em inglês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Permita-se. Porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. Eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. E explode os relógios. E chega aos poucos ainda que você ainda não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento. Porque você morre. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se.
Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.
Eu não queri ir embora e esperar o dia seguinte. porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum aquilibrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.”

Sou pessoa.


“Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.
Sou isso hoje…
Amanhã, já me reinventei.
Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim.
Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina… E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar…
Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil…e choro também!”

Minha Solidão .


“Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.!”

Eu sei ...


“Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. 
É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. 
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto. 
Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista.